Que
sentimentos profundos essa bênção desperta dentro de mim.
Acredito,
porém, que isso não ocorre com todos. As
inúmeras bênçãos que essas palavras podem conferir estão desaparecendo dos
corações hoje.
Deixe-me
descrever quais são estas bênçãos.
A GRAÇA DE JESUS CRISTO è O significado original da palavra grega graça era "o máximo em beleza". Os gregos
desfrutavam a busca da beleza através da filosofia e dos esportes, da poesia e
do drama, da escultura e da arquitetura. E, é claro, da beleza de sua terra —
montanhas, rios e litoral — tudo que os cercavam.
Quando a
beleza de algo produzia gozo em quem o via ou escutava, os gregos diziam que
estava cheio de graça.
Por fim,
este significado adquiriu sentido mais amplo a fim de incluir não só a beleza
das coisas, mas também de obras, ações, pensamentos, eloqüência e até mesmo a
humanidade, tudo o que pudesse ser considerado cheio de graça.
O segundo significado de graça era
"favor", boa vontade gerada do amor
incondicional, transbordante, sem nenhuma expectativa de recompensa ou
pagamento.
O terceiro significado de graça relacionava-se
com uma obra digna de elogio, que
exibia virtudes que excedem de longe o comum. Em sua bênção, o apóstolo Paulo
deve ter sentido alegria indescritível, conhecendo o incondicional perdão de
pecados e as muitas bênçãos da salvação — cheia de beleza ou graça.
O
AMOR DE DEUS è De que modo deveríamos
aceitar a seguinte bênção: "o
amor de Deus. . . seja com todos vós"? Será que nos tornamos tão insensíveis
ao ponto de ouvir falar do amor de Deus sem nos comovermos ou sem que nosso
coração se constranja? Quase todos os cristãos hoje podem citar
João 3:16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira... Entretanto,
apenas as letras permanecem, tendo caído no esquecimento a vida que nelas há.
Há
diversos tipos de amor: o paterno, pelos
filhos de nossa própria carne e sangue; o amor que anseia pelo sexo oposto;
e o amor fraternal que nos dá alegria quando gozamos do companheirismo de
amigos queridos. Mas o amor humano não pode, de maneira alguma, comparar-se com
o amor de Deus. O amor paterno limita-se aos filhos. O amor entre os sexos
limita-se ao casal. Até mesmo o amor entre amigos falhará se uma das partes
nunca receber nada em retribuição pelo cuidado e interesse. O amor de Deus,
porém, é diferente.
Na língua
grega, amor divino refere-se a um tipo de amor que se sacrifica totalmente pelo
objeto de seu amor, reconhecendo seu precioso valor. Por exemplo, o homem e a
mulher traíram a Deus e caíram em profundo pecado, resultando numa vida
abominável, que em última instância levou à destruição eterna. A despeito dessa
traição, Deus amorosamente sacrificou-se no Calvário para salvar a raça humana.
Por quê? Porque cada alma tem um valor infinito para ele. Isto é amor divino!
Embora se encontre decaído pelo pecado, o ser humano possui a imagem de Deus, e
pode tornar-se criatura nobre se receber a graça da redenção.
Deus é
amor, e seu amor é amor de verdade. Ele amou a tal ponto os pecadores deste
mundo que não poupou nem mesmo o seu próprio Filho, mas sacrificou-o por nossos
pecados. Não é acaso amor verdadeiro este que ele nos tem mostrado, apesar de
termos caído tanto por causa do pecado? É provável que Paulo tenha sido movido
até às lágrimas quando escreveu acerca do amor de Deus, e como nos tornamos tão
frios!
Como pode
nossa fé ser restaurada de sorte que possamos ser profundamente movidos pela
graça de Jesus Cristo e pelo amor de Deus? Onde está o caminho da restauração?
Por certo, existe um caminho para a plena restauração. Há uma resposta para o
clamor de nosso espírito, e ela se encontra na comunhão com o Espírito Santo.
Este derrama toda graça e amor em nosso espírito mediante sua comunhão conosco.
A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO
Comunhão
significa "comunicar-se com alguém, viajar juntos, transportar-se
junto".
O esplêndido
desenvolvimento dos transportes tem feito do mundo moderno uma grande
"aldeia global".
Por meio
de rápido e conveniente sistema de transporte, pessoas de todo o mundo
compartilham o que é necessário para satisfazer suas necessidades culturais,
políticas, econômicas, militares e científicas. Não é exagero dizer que podemos
medir uma civilização pelo desenvolvimento de seu sistema de transporte.
Suponhamos
que este global sistema de transporte fosse, de um momento para outro, levado a
uma paralisação. O mundo inteiro se tornaria um verdadeiro inferno. Quase todo
tipo de trabalho terminaria por paralisar-se. As cidades sofreriam fome e frio,
quando o alimento e os estoques de combustível tivessem acabado. As áreas
rurais e as fábricas se veriam inundadas de montanhas de produtos agrícolas e
mercadorias em estado de decomposição, visto que os canais de comercialização
estariam obstruídos. O transporte não é uma comodidade que se possa dispensar.
Ele é necessário ao bem-estar humano.
De igual
modo a comunhão do Espírito Santo é um viajar diário e constante no
companheirismo dele — é essencial ao nosso bem-estar espiritual.
A medida
de nossa fé está na proporção direta de nossa comunhão com o Espírito Santo.
Mediante esta comunhão, recebemos bênçãos espirituais e lhe falamos de nossos
sinceros desejos.
Embora a
graça de Jesus Cristo e o amor de Deus sejam imensurávelmente abundantes no
céu, eles são inúteis para nós se não nos alcançarem.
De modo
semelhante, embora tenhamos o coração cheio de bons desejos, se o Consolador
não nos ajudar a comungar com Deus pela oração, não podemos orar como convém.
A Bíblia
é clara na confirmação deste fato em 2
Tessalonicenses 3:5à "Ora, o Senhor
encaminhe os vossos corações ao amor de Deus e à constância de Cristo".
Neste
versículo, "o Senhor" refere-se à Terceira Pessoa da Trindade, visto
ser ela quem nos conduz ao amor de Deus e à constância de Cristo, ou seja, a
esperar com paciência por Cristo.
Por mais
que sejam abundantes a graça de Jesus Cristo e o amor de Deus, se o Espírito
Santo não encaminhar nosso coração a tal graça e amor, nossa fé será expressa
por palavras vazias.
Se o
Consolador não nos ajudar a comungar com Deus, nossa oração será como a dos
fariseus, carente de vida por completo.
A Bíblia
ensina com clareza que o Espírito nos assiste em nossa oração Romanos 8:26à "Da mesma maneira também o Espírito ajuda as
nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis". O versículo 20 da carta
de Judas também ressalta o lugar do Espírito em nossa vida de oração à "Mas
vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito
Santo."
A palavra
comunhão, usada por Paulo em sua bênção aos corintos, "a comunhão do
Espírito Santo seja com todos vós", tem implicações profundas. A palavra
grega tem dois significados importantes.
COMPANHEIRISMO
O
primeiro significado refere-se ao companheirismo na base de ÍNTIMA AMIZADE. Sem
companheirismo com o Espírito Santo não pode haver vida espiritual, não há fé
com poder e vitória. A igreja primitiva era abundante em oração fervorosa, em
paixão transbordante, em rica vitalidade e ação de graças, jorrava como uma
fonte o resultado de seu companheirismo com o Consolador.
Por que
os cristãos atuais aceitam meras formalidades exteriores de religião,
cerimônias de adoração áridas, ou vêem a igreja como um lugar de encontros
sociais? Este vazio tem deixado os jovens cansados do cristianismo e de sua
forma de piedade. Eles se desiludiram — porque a igreja perdeu sua vida
espiritual.
Qual a
solução do problema que ele destaca? Fervoroso companheirismo com o Espírito
Santo vivo. Sem ele, a igreja esfria-se dia após dia; a adoração passa a ser
mecânica. A fé perde a paixão ardente que dá profundidade a nossa personalidade
toda. Este tipo de fé é como um fogão sem fogo.
(Atos 19:2)Sabendo
isto, a primeira pergunta que o apóstolo Paulo fez a alguns efésios que
pareciam cansados e abatidos foi: "Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?".
Quando Jesus viu que seus discípulos estavam tristes e desesperados, ele
prometeu que o Espírito viria e permaneceria em seus espíritos: (João 14:16,18)"Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que esteja convosco para sempre... Não vos deixarei órfãos;
virei para vós".
Podemos
ter esse consolo; mas com maior freqüênciado que acreditamos, os crentes hoje
nem mesmo têm ouvido falar do Espírito Santo.
Como
podemos desfrutar o companheirismo do Espírito Santo?
Primeiro,
reconhecendo que ele está presente em sua igreja e o recebendo de bom grado,
desejando sinceramente sua orientação e dependendo dele a cada instante. O amor
de Deus e a graça de Jesus só podem alcançar nosso espírito mediante esse
companheirismo com o Espírito Santo.
PARCERIA NA EVANGELIZAÇÃO
O segundo
significado da palavra comunhão é "trabalhar em parceria", (Lucas 5:10), e "conformar-se
com" veja (Filipenses 3:10) —
trabalhar juntos como parceiros no mesmo propósito e compartilhar alegria,
tristeza, vitória e provações.
O
Espírito Santo foi enviado à terra com a finalidade de trabalhar em parceria
com os crentes, para vivificar espíritos mortos dando testemunho da graça de
Jesus Cristo. Antes de deixar este mundo, Jesus disse aos seus discípulos: (João 15:26-27)."Quando vier o Consola-dor, que eu da
parte do Pai vos enviarei, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele
testificará de mim. E vós também testificareis, pois estais comigo desde o
princípio"
Podemos
entender, daí, que a grande missão de pregar o evangelho foi dada primeiro ao
Espírito Santo e depois aos santos que creram no Senhor. Mas Jesus enfatiza
aqui que a obra de evangelização deveria ser levada a cabo como uma ação
conjunta entre o Espírito Santo e a humanidade — com o Espírito Santo
participando neste trabalho como principal obreiro. Podemos concluir que o
motivo todo de a evangelização hoje progredir tão pouco, é porque a igreja
regrediu na obra de ganhar almas, e por que ela tem estado à beira da falência,
pois o companheirismo com o Espírito Santo foi rompido.
Nos dias
atuais, as pessoas não reconhecem o Espírito Santo nem o recebem de bom grado.
Uma vez que não dependem dele, terminam em fracasso, tentando com esforço
próprio realizar a obra de Deus.
Este
trágico fracasso foi ressaltado claramente no livro de Apocalipse 3:20 "Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha
voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele
comigo"
Se essas
palavras tivessem sido endereçadas ao mundo incrédulo, não causariam surpresa.
Mas foram ditas à igreja de Laodicéia, aos crentes no tempo do fim do mundo.
Que horrível revelação!
Pense
nisso. Nosso Senhor disse que estaria conosco sempre mediante o Espírito Santo,
entretanto a igreja tenta fazer a obra de Deus mediante adoração centrada no
homem, afastando o Espírito Santo e deixando-o do lado de fora!
Não era
assim na igreja primitiva. Os santos do primeiro século reconheciam que a
evangelização devia ser feita do princípio ao fim acompanhados com o Espírito
Santo. Quando os apóstolos pregadores foram levados perante o conselho judaico
em Jerusalém a fim de serem examinados, Pedro respondeu nestes termos às
perguntas do conselho: (Atos 5:30-32)
"O Deus de
nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, suspendendo-o no madeiro.
Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o
arrependimento e a remissão dos pecados. Nós somos testemunhas destas palavras,
nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem"
Pedro
confirmou ali que a obra de evangelização dos apóstolos era executada de
parceria com o Espírito Santo. Jesus não começou a pregar o reino do céu senão
depois de haver recebido a plenitude do Espírito Santo. Só então ele levou a
cabo seu ministério em três anos e meio com grande poder e autoridade.
Reconhecida esta verdade, como ousamos pensar que podemos realizar a obra de
Deus tão — somente com poder e sabedoria humanos?
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